Como você chegou ao Círculo Escola?
Leila – Eu cheguei ao Círculo Escola de forma aleatória. Alguns anos antes, quando eu iniciei minha busca espiritual, comecei a buscar conhecimento em cursos, youtube, podcasts. Em um desses cursos, uma pessoa que eu não conhecia falou: “Você já conhece o Círculo Escola?”. Curiosa que sou, fui pesquisar, me apaixonei pela vasta variedade e qualidade de conteúdo, e nunca mais deixei de acompanhar a escola.

Sua trajetória profissional foi marcada por desafios e reinvenções. Conte-nos mais sobre ela.
Leila – Minha carreira sempre foi pautada por desafios e reinvenções. Sou formada em Comunicação Social pela PUC Campinas e pós-graduada em Marketing pela FGV-SP, mas atuei muito pouco nesta área. Durante mais de 25 anos, atuei no mundo corporativo, com passagem por grandes multinacionais, como International Paper e Kimberly-Clark. Minha experiência se concentrou na gestão estratégica, focada nas áreas comerciais – primeiro em vendas e, depois, em compras – além da liderança de equipes multidisciplinares e de projetos internacionais. 

Essa trajetória me levou de Campinas a São Paulo e aos Estados Unidos, sempre em busca de crescimento e aprendizado. Em 2018, com uma carreira consolidada, surgiu uma necessidade de ampliar minha perspectiva e isso me fez participar de programas de educação executiva e eventos sobre inovação e tecnologia mundo afora, como o WebSummit Portugal em 2019 e o Learning Experience da StartSe em São Francisco (EUA) no mesmo ano. A partir deste ponto, um incômodo cresceu, e eu acreditei que a solução seria sair da empresa e abrir uma startup. Mas, ainda assim, não estava segura de que esse seria o caminho adequado. E de fato não era. 

Tive uma mudança significativa na minha vida pessoal e então decidi reiniciar em uma nova empresa, fazendo mais do mesmo. Neste momento eu precisava de estabilidade e empreender não me traria isso. Foi aí que eu comecei a pensar em uma transição de carreira de fato. Depois de anos atuando como CLT, aquele mundo corporativo estava me sugando e eu não me sentia mais parte dele. Minha autonomia para fazer as mudanças eu achava necessárias e importantes era limitada. Esse foi um dos primeiros insights que me ajudou a entender meu próximo passo de carreira e que, hoje, se conecta completamente com minha atuação como mentora de talentos. 

Eu não tenho dúvidas que a base e a coragem para minha transição de carreira vieram da minha jornada de autoconhecimento, impulsionada pela busca espiritual e pela descoberta dos talentos naturais. Hoje meu propósito é ajudar outras pessoas a encontrarem clareza sobre quem são e o que realmente querem para suas vidas.

Quando começou seu processo de expansão da consciência?
Leila – Meu processo de expansão da consciência começou no momento em que me permiti questionar o que parecia ser “certo” aos olhos do mundo, mas não fazia sentido dentro de mim. Em 2018, aquela inquietação interna me levou a buscar algo mais, e foi o início de uma transição que só se intensificou após a perda da minha mãe, em 2020. Foi nesse período que tudo se ressignificou. A vida não podia se resumir a dormir, acordar, trabalhar, ganhar dinheiro, comer e dormir de novo. Algo de errado não estava certo.Essa inquietação me levou a um centro espiritualista, onde pela primeira vez comecei a perceber que existia algo além do material. Essa busca foi o que me preparou para o momento mais difícil que eu sequer imaginava que estava por vir: a perda da minha mãe. 

Se eu não tivesse iniciado essa jornada antes, talvez tivesse enfrentado esse luto de forma muito mais dura. Mas, de alguma maneira, os estudos espirituais me deram suporte, me mostraram que havia um sentido maior e me ajudaram a encarar a dor como parte de um processo maior de transformação. A partir desse momento, tudo mudou. O incômodo que antes era difuso ficou impossível de ignorar. Meu trabalho já não fazia mais sentido, minha identidade parecia frágil e percebi que eu havia passado a vida tentando me encaixar em algo que não era realmente meu. Foi quando encontrei os talentos naturais e, pela primeira vez, vi um caminho onde eu podia ser eu mesma, sem precisar corresponder a expectativas externas.

Como você descreveria o curso de formação de mentores no Círculo Escola?
Leila – O curso de formação de mentores no Círculo Escola é um verdadeiro portal para quem deseja se conhecer em profundidade e, ao mesmo tempo, contribuir para a transformação de outras pessoas. Ele não ensina fórmulas prontas, mas sim, abre um espaço para que cada um encontre sua própria forma de atuar, respeitando seus talentos e suas experiências de vida. Durante a formação, você não apenas aprende técnicas e metodologias, mas passa por um processo de autoconhecimento que redefine sua forma de enxergar a vida. É um curso que desafia, provoca e inspira. Para mim, ele representou um reencontro comigo mesma e com minha missão no mundo.

O que te motiva a atuar como mentora?
Leila – O que mais me motiva é a possibilidade de ajudar outras pessoas a encontrarem o que eu mesma levei tanto tempo para descobrir: que não precisamos nos moldar para caber em padrões que não fazem sentido para nós. Ver alguém saindo do piloto automático, entendendo seus talentos e começando a viver de forma mais alinhada com sua essência é algo que me inspira profundamente. Cada processo de mentoria é único, e cada pessoa que desperta para seus dons naturais carrega consigo um novo olhar sobre a vida. Ser parte desse despertar é um privilégio. Isso sem contar que é um aprendizado contínuo. Como mentora, sou também aprendiz e isso me motiva a cada encontro.

Indique um livro e um filme que te marcaram.

• Livro: “O Poder do Agora”, de Eckhart Tolle Esse livro marcou um antes e depois na minha jornada. Ele ensina a importância de viver o presente, de parar de carregar o peso do passado e de se libertar da ansiedade sobre o futuro.
• Filme: “Comer, Rezar, Amar” Esse filme é um reflexo da minha trajetória. Ele fala sobre transformação, sobre a busca por algo maior e sobre a coragem de se reinventar.