O filme Disney Soul e o viver com propósito e sentido

Ter uma missão e um propósito é muito legal, mas viver é muito mais que isso, é valorizar todas as coisas pelo valor que elas têm

Ter uma missão e um propósito é muito legal, mas viver é muito mais que isso, é valorizar todas as coisas pelo valor que elas têm

“Você já se perguntou o que faz de você, você?”

Hoje quero falar sobe o novo filme Soul (2020) da Disney + Pixar. Venho falando dele desde o Congresso da Data Limite, em julho de 2019. Na época, ainda brinquei: “e se a Walt Disney investisse seus recursos para lançar um filme que falasse de espiritualidade, de vida após a morte, de propósito etc…”. Se você estava lá deve lembrar.

E agora chega Soul. Mas mais do que espiritualidade e vida após a morte, o filme fala sobre propósito. A animação conta a história de Joe, um professor de música que tinha o sonho de ser pianista de um quarteto de jazz, em Nova York, mas acaba frustrado. Sempre foi rejeitado pelas bandas e vai dar aula de música em escola pública.  Quando finalmente ele consegue uma vaga em uma banda famosa de jazz, sofre um acidente e entra em coma.

Então ele chega ao plano espiritual, algo muito bem feito, mostrando realidades quânticas, tudo em tons de azul e amarelo. Nada feito ao acaso. O mais interessante, no entanto, é que a Disney não para no discurso da vida após a morte. Eles vão ao cerne da questão, o que achei muito interessante: propósito e vida.  Duas coisas que estão absolutamente em alta nos dias de hoje, pois todo mundo passa por essa agonia.

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Vejo que o despertar da consciência das pessoas está acontecendo muito nesse sentido de olhar para o propósito na vida, olhar as relações, a profissão e pensar qual o sentido delas. E na busca desse sentido começa a procura pelo propósito, uma razão que justifique tudo que faz a gente estar aqui. O filme vai tratar disso.

Depois do acidente Joe fica tentando voltar para a Terra. E nisso, por acaso, ele cai no pré-vida do filme, um lugar onde as almas novas estão sendo treinadas, procurando suas habilidades para que possam vir para a Terra mais inspiradas por um propósito.  Nesse espaço, as pessoas que já desencarnaram podem atuar como mentores. E nosso protagonista encontra com uma alma que não tinha nenhum interesse em vir para a Terra. Eu achei isso extraordinário, pois já ouvi tanta gente falando que não queria estar aqui.

Propósito x Valores

Para mim, aqui é principal do filme, o ponto de virada (spoiller), quando vão subverter a ideia de propósito. Soul vai em direção a uma conversa que tive esses tempos com o humorista Roberto Caruso, ele me disse:

“sei lá, será que é tão importante a gente viver com propósito? Que tal a gente viver com valores?”.

E, no fundo, a obra da Disney vai apontar para esse caminho. Uma pessoa muito obcecada pelo propósito e em si mesma, em verdade, vive numa dimensão paralela, pois acaba atraindo uma espécie de tempestade ao redor de si (obsessões) e passa pela vida sem viver, porque não observa os detalhes que têm valor em si mesmos.

Ter uma missão e um propósito é muito legal, mas viver é muito mais que isso, é valorizar todas as coisas pelo valor que elas têm. Viver a própria experiência da vida na sua plenitude. Muitas vezes a gente está tão focado no propósito que sai atropelando a tudo e a todos e deixa os pequenos detalhes passarem.

E olha que eu sou uma pessoa bastante direcionada pelo meu propósito e missão com o Círculo. Mas como é importante observar a vida para muito além das grandes realizações, o pequeno que se realiza gratuitamente todos os dias diante dos nossos olhos. Estamos sempre tão ocupados com a própria dor ou com alguma missão, quando o valor das pequenas coisas grita!

O momento mais importante da vida

Isso também me lembrou uma história que ouvi sobre Chico Xavier, sobre o que ele considerava o momento mais importante da vida dele. Um dia, ele estava atrasado indo fazer um serviço de cartório, e um menino o chamou na rua antes dele pegar o ônibus. Ele parou, mandou o ônibus seguir, e o menino queria apenas dar-lhe um beijo. Chico considerava esse o momento mais importante da sua vida.

Eu não tenho a menor pretensão de chegar à grandeza do entendimento de Chico, mas, esses tempos, fui buscar meu filho na escola e ele me deu uma flor amarelinha, e disse que colheu ela para mim no recreio. Aquilo me preencheu de uma maneira tão grande! A alegria que um simples ato trouxe, no seu devido lugar, no melhor momento.

Precisamos acordar para a vida que a vida tem para nos oferecer. Isso é que o que vai vivificar o seu espírito em dias difíceis, quando está cansado da rotina. Comece a valorizar a vida que a vida tem para te dar.

Abraço forte!

Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati


Assista a #ColunadoPozati Sobre Soul em vídeo:

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