Coragem para meditar

 “Meditação é um abandono de si mesmo. É uma coragem de não fazer nada.”

 “Meditação é um abandono de si mesmo.
É uma coragem de não fazer nada.”

Para Marcela Pedrosa, idealizadora do Festival Novo Mundo, meditar é coragem para o agora. Neste #conteúdointeligente ela compartilha a sua visão, dando um passo a passo a passo e mostrando que pode ser bem diferente do que idealizamos.

O que você entende por meditação? Normalmente o que vem é uma ideia de uma pessoa sentada de uma posição específica, muitas vezes a gente pensa que é ir para algum lugar, outro estado aonde a gente esquece tudo e fica lá em paz.

De fato algumas técnicas podem servir como caminho ou formas de criar um pouco mais de concentração ou um pouco mais de relaxamento, e o relaxamento é uma consequência da meditação. Mas, na verdade, meditação é um reconhecimento de quem nós somos, é o autoconhecimento verdadeiro e profundo.

A meditação é a coragem de ficar em silêncio, de ficar com você mesmo. E é necessário uma coragem, porque estamos tão acostumados com um estado de muito conteúdo mental que parece que se ficar vazio a gente se perde.

Ficar em silêncio com o outro é um lugar de intimidade absoluta. O silêncio interno que não constrange, não incomoda, perceber e desfrutar do sabor desse silêncio. Esse silêncio existe aqui e agora, e ele é calmo.

Às vezes também entendemos que é ir para algum lugar ou voltar, mas não tem para onde voltar porque na meditação estamos mais aqui e agora do que antes.  Meditação é um enraizamento profundo do agora. Uma das práticas que eu gosto bastante é criar a perceptividade do que existe fora, porque a gente está acostumado com a percepção das coisas mais grosseiras, físicas, o que é visual, auditivo.

Pode-se estar em qualquer posição ou até mesmo fazendo algo. Sentir o pé no chão, onde estamos, o que estamos fazendo ou não, o estado interno, os músculos, os sons externos, e então a respiração.

Já percebeu que a gente vive travando a respiração?

Isso porque é uma das maneiras que a gente aprendeu de não enraizar no agora. Quando a gente vai tirar sangue, por exemplo, e tem medo da agulha e da dor, a gente segura a respiração. Na verdade a gente descobriu inconscientemente que parar de respirar faz com que a gente sinta menos a intensidade da vida. Mas a gente vive num estado anestesiado tanto para a dor como para a alegria.

E quando a gente consegue trazer essa percepção da respiração no dia a dia. Essa prática pode acontecer em qualquer momento, numa conversa, tomando banho, lavando a louça. Não é sair do corpo é estar nele.  O corpo é o veículo ideal para isso.

O grande ponto da meditação é estarmos apenas perceptivos.

A pura percepção que você é, aqui e agora. Não há esforço nem métricas para a respiração.  Não há controle, porque isso que quer controlar é o que atrapalha. É a aceitação do agora. Temos que abandonar a tentativa de meditar. Sabe quando você para e aprecia uma paisagem? Meditação é um abandono de si mesmo.  É uma coragem de não fazer nada. E exige coragem porque no inconscientemente a gente acredita que para viver tem que estar fazendo algo.


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Uma resposta

  1. Meditar é se entregar, se jogar ao silêncio interior, assim conseguimos saber quem somos. Não controlar. Tá tudo bem, tá tudo certo. Relaxe e deixa ser levado. Escute o silêncio.

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