Epicteto: O aspecto de nós que é eterno não pode ser ferido

Quando outra pessoa nos irrita, a gente está dando as rédeas da nossa vida na mão dela.

Quando outra pessoa nos irrita, a gente está dando as rédeas da nossa vida na mão dela.

Nessa #ColunadoPozati vamos seguir o estudo do livro A Ate de Viver, de Epicteto, agora no capítulo 49.

“As pessoas não tem o poder de ferir você, mesmo que alguém o agrida verbal ou fisicamente, mesmo que seja insultado, você pode escolher encarar o que está acontecendo como insulto ou não. Se alguém o irrita, a única coisa capaz de irritá-lo é a sua própria reação. Portanto quando, aparentemente, alguém estiver provocando você, lembre-se de que é apenas a sua avaliação do incidente que causa dessa sensação. Não deixe que suas emoções sejam desencadeadas por mera aparência, tente não reagir no momento, procure ter dela uma visão mais ampla, afaste-se da situação, recomponha-se”.

As pessoas não têm o poder de ferir você. Essa é uma frase poderosa que deveríamos repetir todos os dias como um mantra: “Eu estou seguro, nada e nem ninguém pode me ferir”.

Epicteto não está se referindo apenas às interações sociais, mas também ao seu Eu superior mais profundo, a centelha, a dimensão do seu Ser que está mergulhada na mente do Todo. Aquela parte de cada um de nós que está e é parte daquele que nos criou.

Nada pode te ferir e nada pode te machucar se refere ao Deus que mora dentro de nós. Cada aspecto de tudo que nos cerca, não é outra coisa, senão um grande cenário existencial, uma grande ilusão. Nada disso existe em verdade, porque tudo passa. É uma expressão da energia no espaço e no tempo que vem com um propósito de mover-se na direção do todo como um grande pulmão que respira.

Aquilo que é, não passa, é eterno.

Esse aspecto de nós que é eterno, infinito e absoluto é que não pode ser ferido.  Todo o resto é uma grande dinâmica da nossa mente com o ambiente que nos cerca, com as relações, com a forma como experimentamos a vida, são os óculos com o qual observo a realidade que me cerca.

O que Epicteto nos traz é a força do nosso Eu superior, que é o cara que comanda a sala de controle que está aqui dentro. Lembra do filme Divertidamente, da Disney? Tem um euzinho aqui dentro pilotando essa maquininha. Esse Eu não pode ser ofendido, nem agredido. Ele está em contato com Aquele que criou todas as coisas, possui sabedoria profunda porque acessa ao criador de tudo.

“Se alguém o irrita, a única coisa capaz de irritá-lo é a sua própria reação”.

No fundo, a arte de viver tem muito a ver com a arte de ligar o foda-se.

É dizer para si mesmo: Eu não vou reagir de uma forma que transforme as coisas em motivo de irritação, mas de forma que transforme as coisas ao meu redor em colaborador do meu processo evolutivo e descubra o que tenho para aprender com cada situação.

E isso não é ser um pamonha. Ser bom não é ser bobo.

A questão dessa serenidade que Epicteto propõe é não deixar se afetar pelas coisas porque você sabe e valoriza qual é o seu lugar.  É tomar as rédeas da própria vida. Se o cavalo que você está cavalgando está brabo, a rédea é sua, acalma! Agora, se as rédeas do seu cavalo estão na mão de outro, como você vai reclamar? Você percebe que a vida é sua? Assuma as rédeas da sua vida!

Quando outra pessoa nos irrita, a gente está dando as rédeas da nossa vida na mão dela e deixando que dirija nossa vida.

O convite do Epicteto é simples, mas não é fácil. Separar fatos de emoções.

Ás vezes, precisamos ter um momento em que a gente simplesmente se afasta para não deixar que os sentimentos nos atropelem. Ás vezes, uma boa noite de sono já faz o problema ficar muito menor.

Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati


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