Hábitos para desenvolver a Inteligência Emocional

A segunda aula traz dicas práticas.

A segunda aula traz dicas práticas de como equilibrar as emoções. 

A partir dos cinco domínios da Inteligência Emocional apresentado por Daniel Goleman em seu livro e abordados no meu primeiro artigo e aula do YouTube, trago agora alguns hábitos que nos ajudam a desenvolver essa habilidade. Lembrando que Inteligência Emocional, essa soft skill agora desejada pelo mercado de trabalho, pode sim ser aprendida mediante treino, esforço e repetição. 

Separei aqui algumas 8 dicas para você refletir, observar e buscar inserir como um hábito que vai contribuir para o desenvolvimento da Inteligência Emocional. 

1ª dica: Observe seus pensamentos distorcidos da realidade

Pensamentos automáticos são fluxos de pensamentos inconscientes, que coexistem com o fluxo de pensamento mais manifesto (BECK, 1964). Na maior parte do tempo, não temos consciência deles, mas podemos treinar e passar a percebê-los com facilidade. Alguns são tendenciosos e nada realistas. 

Dá uma olhada nos tipos de Pensamentos Automáticos Distorcidos que são disfuncionais e percebe quais deles fazem parte do seu padrão. Questione a veracidade desses pensamentos antes de acreditar neles como fatos concretos. Quando são muito extremistas e generalistas, estão desconectados da realidade e geram expectativas irreais:

  • Catastrofização: criar cenários extremamente pessimistas na mente 
  • Polarização: Tudo ou nada. Desvalorizar todo um resultado por conta de um detalhe que não foi perfeito. 
  • Adivinhação: Deixar de tentar porque “já sabe” o resultado.
  • Leitura de Pensamentos: Afirmar ter “certeza absoluta” daquilo que o outro está pensando. 
  • Raciocínio emocional: Confiar em emoções para decidir ou interpretar, sem buscar por evidências concretas. 
  • Generalização: Regras absolutas com termos como “Sempre”, “Nunca”, “as pessoas são”, “o mundo é”, “todo homem”, toda mulher….” 
  • Hábito de rotular: Rotular a si mesmo como fracassado por falhar um aspecto, rotular o outro como incapaz por conta de uma dificuldade….
  • Inflexível em exigências: querer que o mundo se adeque às nossas exigências e regras absolutistas. 
  • Filtro mental: Pré concepções ao processar informações, só enxerga o que confirma as próprias expectativas. 
  • Desqualificação do Positivo: transforma episódios positivos em negativos, atribui outras razões para os sucessos, excluindo a si próprio da equação.
  • Baixa Tolerância à Frustração (BTF): hipersensibilidade ao ambiente e às atitudes alheias. Necessidade extrema de controle ou de eliminar qualquer desconforto imediatamente. 
  • Personalização: Levar tudo para o pessoal. Tudo que acontece ou tudo que as pessoas fazem é para “te” causar prejuízo, irritar, provocar, desvalorizar… 

2ª dica: Responsabilidade pelas suas ações

Não ter a quem culpar pelas nossas falhas nos deixa muito mais vulneráveis, mas não assumir a nossa responsabilidade é só uma maneira de tentar enganar a nós mesmos. Outras pessoas ou fatores externos não são os culpados pelas escolhas que fazemos. 

Tome consciência de que você é responsável pelas suas escolhas, seus sentimentos, seus pensamentos, suas reações. 

3ª dica: Praticar a empatia

Empatia é a habilidade emocional de percepção e compreensão do modo de enxergar o mundo de outra pessoa. Para nos tornarmos empáticos, precisamos saber lidar com os próprios sentimentos, para então aprender a lidar com os dos outros. A princípio pode ser um desafio romper com padrões e enfrentar conflitos pessoais para ampliar nossa capacidade inata de sentir empatia, mas é altamente engrandecedor.

4ª dica: Praticar o “responder” ao invés do “reagir”

O “reagir” é um processo inconsciente onde a gente experimenta um gatilho emocional e se comporta de forma instintiva, com a razão totalmente de lado na decisão. Já o “responder” é um processo consciente que envolve perceber como nos sentimos, tolerar o desconforto da cadeia de sensações que as emoções geram em nosso corpo até que se acalmem, para só depois decidirmos como agir, mais baseados em valores e referenciais internos.

“Entre o estímulo e a resposta há um espaço. Neste espaço está nosso poder de escolha”. Viktor Frankl

5ª dica: Crie – ativamente – um ambiente positivo

Perceber e colocar em foco aquilo que está indo bem, ter em mente os nossos pontos positivos, nossos talentos, nossos sucessos. 

Busque boas influências para a mente, novos repertórios. O que você anda lendo? Qual assunto anda buscando? Quanto tempo passa nas redes sociais? Que tipo de música você está ouvindo? Quais são seus talentos e habilidades que estão subaproveitados no seu dia a dia?

6ª dica: Conheça seus limites

Tolerância é muito importante, mas há momentos em que é importante definirmos limites. Estes limites podem incluir o exercício do nosso direito de discordar, de dizer “não” sem nos sentir culpados, de estabelecer nossas próprias prioridades.

A Inteligência Emocional entra no como. Como você discorda, se prioriza, estabelece limites? Sempre tem uma maneira mais “pró-social” de pôr em prática nossas decisões, até mesmo com pessoas e situações que não queremos por perto. 

7ª dica: O poder da meditação

No livro “Traços Alterados”, também do Goleman, ele aponta o resultado de suas pesquisas: a meditação avançada não é apenas o alcançar de um estado de espírito naquele determinado momento, da prática. A meditação é um treinamento mental e está intimamente relacionada com o aumento da destreza mental, dos níveis de concentração, da capacidade de gerar sentimentos de compaixão e de entrar nestes estados meditativos com maior facilidade e rapidez. Adquirimos mais equilíbrio e reagimos com mais serenidade na vida, no dia a dia, para muito além daquele momento de meditação. 

8ª dica: Entre no fluxo!

A capacidade de entrar no fluxo é a inteligência emocional no ponto mais alto; pois é quando canalizamos as emoções a serviço do desempenho e aprendizado. O flow é um estado de atividade mental onde a pessoa está totalmente imersa no que está fazendo. A atividade em si já é a própria recompensa para a pessoa. 

Ler, aprender, desenhar, escrever, tocar um instrumento, cantar, solucionar problemas, atividade física, cuidar de plantas, cozinhar, etc. Procure encaixar alguma atividade que te leve para o estado de fluxo e observe o impacto que isso tem no seu estado de espírito e na sua motivação.

Ah! E vale lembrar que podemos ter um domínio maior sobre nós mesmos, mas não podemos mudar os outros e nem impedir acontecimentos desagradáveis. Tristeza, raiva, medo são emoções inerentes ao ser humano e continuaremos sentindo. O que muda é como sentimos e respondemos a isso. A mesma emoção pode ser sentida de um jeito saudável ou nocivo. É mais disso que se trata, da regulação – e não da supressão – de emoções desconfortáveis. 

Finalizo com uma frase Sidarta Gautama, o Buda:

“A paz não é a ausência de conflitos, e sim administrar os conflitos em paz”. 

Simone Abate 


Leia também o primeiro artigo sobre o tema: Como desenvolver Inteligência Emocional

Assista a integra da segunda aula em vídeo:

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