Reconhecer e acolher o tempo que estamos vivendo

Autonomia filosófica e espiritual.

O poder de escolha do que fazer com seu tempo vem do desenvolvimento da autonomia filosófica e espiritual

Você não tem tempo? Será? Tempo e espaço são o cenário da nossa jornada evolutiva e, por isso, estão sempre a nosso favor. O papai do céu criou uma esfera de tempo e espaço chamado Planeta Terra e nossa vida física está intimamente conectada a noção do tempo. Porque ele só passa para quem está consciente da própria vida. Uma cadeira, por exemplo, não fica ansiosa, pensando no passado.

E tem uma coisinha dentro da nossa cabeça, chamada glândula pineal, um órgão cronobiológico que sincroniza nossa estrutura física com a dimensão temporal. O importante é percebermos que o tempo e espaço são um recurso, um palco existencial onde a vida acontece! E o que munda mesmo é a concepção filosófica e espiritual do tempo.

Isto posto, todos temos o mesmo tempo.

Mas a relatividade repousa na consciência. Ela é responsável pela qualidade do tempo que vivemos.  É aquela coisa: um minuto pode ser uma eternidade ou passar rapidinho, depende de que lado da porta do banheiro você está, não é?

Nossa consciência define a qualidade do tempo que vivemos e isso é poderoso porque o tempo é um recurso democrático. Um minuto é um minuto para toda a humanidade. Logo, pensei em quatro aspectos importantes sobre o uso do tempo para refletirmos:

1 – Você não tem é foco

Essa é a verdade nua e crua! Falta foco! E isso vem muito do advento dos computadores pessoais, porque a gente abre muitas janelas e tem a ilusão de que somos multitarefas. E dai não fazemos nada bem feito e saímos procurando culpados. Não é assim?

Um adolescente, por exemplo, fica no quarto assistindo Netflix, jogando Playstation, ouvindo Spotify, teclando com um amigo no WhatApp, tudo ao mesmo tempo, e se você pergunta o que ele está fazendo, ele diz: Nada!

É e verdade, ele está fazendo tudo e nada. Porque importamos essa cultura multitarefas. Mas mesmo um computador tem um processador que faz uma coisa de cada vez. É preciso saber eleger prioridade, no singular.

2 – Você é controlador

Controlar, executar, não confiar nos outros. É aquele cara que diz: ah se não fosse eu nessa família! O que seria dessa empresa sem mim! Quer saber o que todo mundo está fazendo e, se possível, faz no lugar das pessoas, pois ninguém faz isso melhor do que eu! Se reconhece?

Nosso umbigo como epicentro do universo. Dai cai tudo na nossa cabeça, nos sobrecarregamos e dizemos o que? Não tenho tempo!

É um exercício participar e confiar uns nos outros. Estabelecer os protocolos de colaboração. Para quem é controlador e executor (como eu) faz parte aprender a comunicar. Deixar claro quais as expectativas e focos. Porque ninguém dá conta de tudo! Esqueça essa ilusão e aprenda a colaborar e dividir.

E presta atenção que agora vou te economizar uns quatro meses de terapia: *Bert Hellinger nomeou uma das leis do relacionamento sistêmico como equilíbrio entre as trocas. O controlador/executor rouba do outro a oportunidade de protagonismo e de colaborar. O verdadeiro poder está na capacidade que temos de colaborar e contribuir para que o outro evolua. Sacou?

3 – Você não entende que existe um tempo para cada coisa

Vamos observar os ritmos e ciclos da natureza; ciclo circadiano, do nosso corpo; as estações, primavera, verão, outono e inverno, tudo é cíclico. E dois grandes poderes estão atrelados aos ciclos:

  • O poder de contemplação – Não se prender ao passado das amarguras, nem ao futuro dos temores. Tudo passa. E lembro aqui da frase de Tereza D’Vila: “Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança”.
  • A conquista da serenidade – Que nada tem a ver com omissão, síndrome de avestruz ou fuga. Apenas reconhecimento de que existem ritmos no universo, ciclos na vida e um tempo para cada coisa. E com esse conhecimento das leis universais você foca para realizar com serenidade. Com a certeza de que vai rolar o melhor. Exatamente o que te cabe.

4 – Você ainda não desenvolveu a habilidade de reconhecer qual é a pauta desse momento na sua vida

Às vezes estamos vivendo um período mais marcado por um tipo de energia. Por exemplo: eu ficava cheio de culpa de não fazer meu diário espiritual, que é um hábito que temos aqui no Círculo, porque estava com meu filho.

Um dia, veio um espírito da nossa egrégora e disse:

“Veja bem, você se culpando porque acha que não está tendo seu momento diário de espiritualidade, quando, em verdade, o ápice da espiritualidade é a vida consciente da dimensão espiritual. Então, se você está com seu filho e ama, abraça, cheira, educa, ri, se diverte, isso é espiritualidade!”.

Pensa comigo. Ser monge nos cumes do Tibet é fácil! Mas vai desenvolver mediunidade com um moleque correndo pela casa feito um Jiraya! Reconhecer e acolher o tempo que estamos. Esses quatro aspectos trazem a oportunidade de exercitar nosso poder de escolha.

Qual é o tempo que você está vivendo agora? Qual é a pauta desse ciclo de vida?

Abraço grande,
Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati


*psicoterapeuta alemão, inventor das Constelações Familiares.

4 respostas

  1. O nosso grande desafio é, em meu entender, é focar no aqui e no agora e realizar…
    Beijos de Luz.

  2. Juliano,
    Meu momento atual é muito especial, mas realmente tenho me dedicado pouco a práticas espirituais. Mas de acordo com o que li no seu texto, viver esse momento também é espiritualidade. Então creio que estou no caminho certo.

    Grande Abraço.

  3. Juliano
    Eu não poderia ter recebido mensagem melhor do que essa. A carapuça serviu direitinho em mim. Meu número! Rsrs
    bjs

  4. Pois é acho que depende como usamos esse tempo, recordo de Jesus falando para Marta. Marta, Marta preocupa com muitas coisas na realidade nos ainda não damos o devido valor o que realmente é importante.

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