A ufologia científica de J. Allen Hynek  

Famoso pesquisador esteve no Brasil a convite do General Uchôa.

Famoso pesquisador esteve no Brasil, em 1975, a convite do General Uchôa para Simpósio Internacional de Ufologia

No último texto sobre o Acervo do General Uchôa abordamos alguns nomes importantes da ufologia com os quais o General manteve contatos mais próximos. Um pesquisador que se destacou nesse contexto foi J. Allen Hynek (1910-1986), astrônomo, professor e ufólogo norte-americano. Para quem não conhece um pouco de ufologia talvez fique até difícil entender a importância desse nome no cenário mundial.  Mas não foi à toa que, em setembro de 1975, ele foi o convidado do General Uchôa para presidir o 1° Simpósio Internacional de Ufologia, em Brasília (DF).

J. Allen Hynek (1910-1986)

O currículo de Hynek na área é impressionante. Além de assessor científico do Projeto Livro Azul (Blue Book), um dos mais famosos da ufologia mundial, ele foi Diretor do Centro de Pesquisa Astronômica Lindheimer da Northwestern University e Presidente do Departamento de Astronomia da Northwestern. Atuou como Diretor Associado do Observatório Astrofísico Smithsoniano, em Cambridge e dirigiu um programa de rastreamento via satélite patrocinado pela NASA. Durante décadas ainda conduziu pesquisa independente sobre objetos voadores não-identificados, desenvolvendo o sistema de classificação Contatos Imediatos de 1°, 2° e 3° graus. Hynek é considerado o pai do conceito de análise científica de relatórios sobre OVNIs e reconhecido por rastrear evidências.

O Acervo do General Uchôa conta com um documento encadernado de 44 páginas sobre o 1° Simpósio Internacional de Ufologia. Nele é possível identificar não apenas a importância de Hynek como convidado, mas a seriedade com que o assunto era tratado pelos pesquisadores do ponto de vista científico.  Outros nomes relevantes  da época constam na programação do Simpósio; Aeronáutica e Congresso Nacional enviaram representantes para assistir e a imprensa da época deu grandes espaços para entrevistas com o pesquisador, chamando ele inclusive de “a celebridade do mundo científico ocidental”.  

Um detalhe interessante sobre Hynek é revelado numa entrevista durante sua passagem pelo Brasil em que ele conta ao jornalista sobre a linha telefônica disponível para relatos de avistamentos, como podemos ver nesse trecho. 


Outra revelação de Hynek à imprensa da época foi sobre depoimentos de astronautas, em que ele disse ter testemunhos impressionantes, que não podiam ser divulgados, e prevendo a quebra de paradigmas que a questão ufológica pode trazer à humanidade:

Observa-se ainda neste caderno sobre o Simpósio o tratamento essencialmente científico do tema no evento, já que, muitas vezes, o assunto “extraterrestres” tende não ser levado com a devida seriedade, ainda nos dias de hoje. Isso pode ser observado nesse trecho do documento:  

“As reflexões que se seguem sobre o tema Objetos Voadores Não Identificados por si só bastam para nos integrar num argumento/movimento lúcido e límpido que não só evita, como impede, qualquer tentativa  de descaso e de ridículo. São trabalhos – criações   de homens cuja abertura ao novo –  informação nova e espírito científico em estado de plenitude permitiram ousadia de enfoque científico e militar aos chamados discos voadores.” 

Reforçando que o tema, além de científico, é de interesse dos governos, o documento do Simpósio destaca que, desde 1948, os Estados Unidos investe cérebros e dólares na investigação oficial da ufologia, a exemplo de projeto como Sign, Comissão Grudge, Bluebook etc… e desde 1967 a União Soviética possui comissão para tratar a questão ufológica dentro da especial Comissão para Astronáutica,

Em outro trecho, afirmações do próprio Hynek reforçam as evidências e necessidade de debate sobre o assunto:

“….venho tentando manter atitude desapaixonada, ou mente aberta, enquanto permitiam as circunstâncias, não obstante toda questão parecer desagradavelmente ridícula. Muitos colegas acreditavam firmemente que o assunto acabaria desaparecendo em questão de meses. Contudo, nos últimos cinco anos, a Força Aérea recebeu maior número de relatos do que nos primeiros cinco anos de sua pesquisa. Apesar da aparência de futilidade do tema, senti que seria faltar com minha responsabilidade científica perante a Força Aérea se eu deixasse de encarar esse fenômeno dos discos voadores, em sua totalidade, como tendo possivelmente aspectos dignos de atenção científica”

O 1° Simpósio Internacional de Ufologia de 1975 foi um marco na ufologia nacional e na vida do General Uchôa que, para além de suas experiências e convicções espirituais, sempre buscava na via científica suas bases. Foram muitas as correspondências que o General recebeu parabenizando pela realização do Simpósio e algumas delas estão neste documento oriundas da França, Argentina e Bélgica. 

 Todos os trechos dessa matéria são parte de um único documento no Acervo do General Uchoa, que você pode acessar a íntegra aqui no Acervo.

Acesse aqui a íntegra do Projeto Acervo do General Uchôa, um compromisso assumido pelo Círculo com a família Uchôa, que confiou aos cuidados da escola documentos pessoais do General. O acervo conta com entrevistas para imprensa, recortes de jornal, psicografias, áudios, desenhos etc…num trabalho vivo que está sendo desenvolvido e disponibilizado pelo Círculo.

Seguimos a cada semana revelando um pouco do que vamos descobrindo no Acervo. Leia também:

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