Autorregulação tem a ver com compromisso de realização

Estou falando do ponto de vista de filósofo, não do ponto de vista de sábio.

Estou falando do ponto de vista de filósofo, não do ponto de vista de sábio.

No #PapoReto de hoje trago um texto incrível do psicólogo Márcio Simioni para estudarmos autorregulação, que é a capacidade de adaptação do ser humano. Ele começa assim:

“Um dos maiores obstáculos que qualquer pessoa pode enfrentar para alcançar a realização, é a dificuldade de controlar os impulsos que geram atitudes incoerentes com seu objetivo de longo prazo.”

Poderíamos passar uma semana estudando só essa frase. A principal dificuldade da realização está quando dizemos que queremos uma coisa, mas agimos como se não quiséssemos.

Somos incoerentes. Porque quando agimos com coerência, temos clareza de onde estamos, do passo a passo do caminho, e onde queremos chegar. E agimos com consistência para conquistar cada marco. O problema é que, às vezes, temos uma vaga noção de onde estamos e onde queremos chegar.

“Este empecilho tem origem no desenvolvimento insuficiente de uma capacidade que é parte da adaptação do ser humano ao seu meio ambiente: a autorregulação”.

E não adianta espernear e dizer que não vai se adaptar ao meio, porque você vive em sociedade e vai ter que interagir com os seres humanos desse planeta.  Em verdade, o processo evolutivo de aprendizagem e construção de quem somos passa pela interação com o meio e com os outros.

Como disse Jean Piaget, tudo ao nosso redor convoca a interação, a reação, que é o processo de equilibração com o meio.

Isso é interessante porque, quando observamos crianças bem pequenas, vemos que elas ainda estão desenvolvendo essa capacidade. Se o coleguinha vem e pega o brinquedo, ela puxa de volta, porque o sentimento guia a ação. Quem não desenvolveu a autorregulação vive no olho por olho, dente por dente. Bateu, levou.

Autorregulação é uma capacidade que tem que ser desenvolvida.

E, conforme Simione, está voltada para “monitorar e controlar nossos próprios comportamentos, emoções ou pensamentos”. Monitorar é se conhecer, é olhar para a forma como você se comporta, como os sentimentos emergem, olhar para seus pensamentos.

Comportamentos, emoções e pensamento são parte da definição do Instituto Gallup para talentos naturais. E isso tem a ver com forças interiores orientadas para a realização. Mas esses recursos, quando desregulados e brutos, são muito mais “animais” do que humanos. O processo de autorregulaão através do controle é transformar essa força bruta em comportamentos mais lapidados.

E atenção, não confunda autorregulação e autodomínio com papeis sociais de hipocrisia. Não estou falando para você se dobrar a situações que não estão de acordo com seus valores.

Não é suprimir quem você é e o que sente para se adequar ao outro. Mas saber interagir com o meio de uma maneira mais planejada e não tão instintiva. Que se comporte como um ser espiritual e com inteligência.

 “Isto abrange inibir reações automáticas, resistir às interferências de estímulos irrelevantes, e persistir em tarefas importantes mesmo quando não as apreciamos.”

Autorregulação tem a ver com inteligência emocional.

Autorregulação é dar um passo atrás e inibir a reação automática. E, ao mesmo tempo, resistir às interferências de estímulos, porque exercemos razão sobre as coisas. Senão, saímos feito loucos querendo dar conta de tudo, e falta energia, falta foco.

E atenção 2! Estou falando do ponto de vista de filósofo, não do ponto de vista de sábio. Estamos todos no mesmo barco!

A partir desse conceito, se torna claro que isso é uma aptidão necessária para que possamos evitar distrações, reações e impulsos inconscientes e satisfações imediatas.

E dai Simioni diz: “Você precisa exercer domínio sobre si.”

É uma poesia quando lemos e falamos. Mas, na hora de executar, não é “pão na chapa com requeijão”.

“As piores decisões da vida de qualquer pessoa são tomadas em momentos nos quais a capacidade cognitiva está prejudicada por algum motivo.”

Claro que se aparece um leão faminto na sua frente, não é hora de ter autorregulação. É hora de “sebo nas canelas”. Mas a vida em sociedade, emocional, espiritual, precisa de tempo e exercício da inteligência e não de instinto. Senão nossas decisões serão sempre atropelos.

“A autorregulação proporciona lucidez para dominar emoções e impulsos desordenados…”

Autorregulação é descobrir dentro de nós os processos de gerar lucidez para avaliar as opções.
Pergunte-se sempre: Essa reação colabora com o que eu quero no longo prazo?

Acesse aqui a integra do texto do Marcio Simioni

Abraço grande,

Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati


#PapoReto também é uma live que faço toda semana às 11:11, no YouTube.

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