Espiritualidade não é propriedade da religião

Para praticar uma espiritualidade livre precisamos nos mover do degrau da religião e ganhar autonomia

Para praticar uma espiritualidade livre precisamos nos mover do degrau da religião e ganhar autonomia

Vamos começar pela mediunidade. Provavelmente você associa mediunidade ao Espiritismo. E, na verdade, Allan Kardec foi quem mais divulgou esse termo, quem deu moldura a esses fenômenos. A questão é que mediunidade, unção do espirito santo, inspiração do espírito santo, é tudo a mesma coisa. São rótulos distintos.

Nas igrejas evangélicas, por exemplo, quando dizem que o pastor está profetizando, não há diferença de uma psicofonia. Aqui um alerta, não vai falar isso no almoço de família para sua tia crente, que vai dar problema! Mas para você, que já assinou seu atestado de estranho, eu posso falar, no fundo é tudo igual.

Apesar das diferenças na prática de cada religião, existe um fator idêntico em todas: o ser humano! O cara pode ser chamado de médium, profeta, pastor, apóstolo… todo o resto é confusão de semântica. E na realidade estamos vivendo uma grande conversa de louco no planeta Terra, porque cada um ainda está no seu tempo.

Entendo que a religião é um degrau que a gente precisa para se organizar. Honro o patamar que as religiões nos colocaram. Mas hoje vejo que precisamos avançar nesse paradigma.

Para praticar uma espiritualidade livre precisamos nos mover desse degrau nas nossas vidas.

E aqui identifico quatro aspectos a partir do padrão religioso que orbitamos:

  • Culto – a religião criou parâmetros, ritos, métodos, burocracias para que você se relacione com a divindade;
  • Clero – são os escolhidos que mediam a relação com Deus;
  • Dia – existe um dia especifico que você não pode fazer mais nada a não ser falar com Deus;
  • Templo – lugar físico que você tem que ir para falar com Deus.

Com a pandemia de COVID-19, muita gente se deu conta que pode trabalhar em casa, apenas tendo acesso a internet. Mas essa ficha ainda não caiu em relação a Deus. A pessoa tem que ir ao templo, a igreja, ao terreiro…

Mas pensa comigo, se espiritualidade é uma dimensão do ser humano, a chave para se libertar ou avançar nesse paradigma é compreender que espiritualidade e/ou sensopercepção não são rituais ou crenças religiosas.

Sua essência é espiritual, vestida de carne.
Espiritualidade não é propriedade da religião.
Espiritualidade é um aspecto da natureza humana.
Espiritualidade é o epicentro do nosso ser.
Se não entendermos isso, jamais seremos capazes de avançar além do paradigma: culto, clero, dia e templo.
Só assim subiremos mais um degrau para a autonomia

Quando eu me reconheço como um ser espiritual desempenhando um papel nesse palco da vida, começo a ressignificar o conhecimento, que alimenta a liberdade. Conhecimento e liberdade são forças que se retroalimentam.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João, 8:32).

É natural que se você iniciou um processo de expansão de consciência, estudo e autoconhecimento, você comece a questionar todas as estruturas que limitam a sua expressão.

E assim tiramos a instituição religião do centro de nossa existência e colocamos o ser humano. Sem esquecer de sermos gratos a religião. Mas não são os outros que precisam dizer como você se relacionar com Deus, com a fonte, com o Universo.

Será que posso praticar a espiritualidade dançando? Claro que pode!
Descobrir e praticar do seu jeito e de coração é uma semente de singularidade.

E porque não escolher ir um dia numa missa católica, depois em um culto evangélico, outro dia no centro budista, se isso faz sentido e te preenche naquele momento? E tudo bem, você tem essa liberdade! Deus está dentro de você em cada célula e átomo, e te aceita exatamente do jeitinho que você é!

Abraço grande,
Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados

Estreia dia 29/04 no Clube do Aluno.
por Juliana Rissardi
Aniversário do nosso mentor, General Uchôa.