O que é Burnout?

72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse.

A síndrome de Burnout (do inglês to burn out, algo como queimar por completo), também chamada de Síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista alemão Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970. Ele foi um dos a fazer amplo estudo sobre a doença e, em 1980, publicou um livro que trata sobre o esgotamento profissional:  Burn Out: The High Cost of High Achievement. What it is and how to survive it.

Neste Conteúdo Inteligente do Círculo alertamos para dados da Associação Internacional de Gerenciamento do Stress no Brasil:

  • 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse;
  • 32% podem sofrer de burnout, só que 92% dessas pessoas com a síndrome continuam trabalhando.

Pela definição da Organização Mundial da Saúde, Burnout é uma “síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”. Porém, apenas em 2019 a OMS anunciou a inclusão do Burnout como doença na sua classificação internacional (CID), que começa a valer em 2022.  As características de burnout definidas pela OMS: sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;  aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo relacionados ao próprio trabalho e redução da eficácia profissional.

Os sintomas de um Burnout são  muitos e variáveis de pessoa para pessoa, mas pode-se citar: Distúrbios do sono; Dores musculares e de cabeça; Irritabilidade; Alterações de humor; Falhas de memória; Dificuldade de concentração; Falta de apetite; Agressividade; Isolamento; Estado de humor deprimido; Pessimismo e baixa autoestima; Sentimento de apatia e desesperança; Irritabilidade exagerada e Maior suscetibilidade à doenças

Outro ponto importante trazido pela ISMA é que cerca de 52% das pessoas com burnout não têm depressão e que Burnout pode ou não estar associado à transtorno de ansiedade.

Ainda há muita divergência, inclusive entre os profissionais de saúde, sobre o tratamento do burnout.  É consenso, no entanto, a importância da terapia cognitivo comportamental, que promove o autoconhecimento sobre como o indivíduo age e reage diante das situações da vida. Uma equipe multidisciplinar de médicos, psicoterapeuta, entre outros, como nutricionista e educador físico, costuma ser o mais indicado.

Mas por que temos Burnout?

Quem responde é Roberta Carusi, que há cinco anos se trata de Burnout e tem uma história de aprendizado com a doença. Roberta compartilha sua recuperação no Youtube e Instagram @nolimitedostress, já escreveu um livro do mesmo título e tem um e-book gratuito sobre o tema. Ela explica que burnout acontece pela soma de três fatores:

sobrecarga de trabalho +
ambiente tóxico e sem autonomia +
inabilidade da pessoa em lidar com esses aspectos.

Para Roberta, um dos focos na recuperação está em mudar a forma com que olhamos para a vida.  Ela resume dessa forma:

robertacarusi



“A gente tem burnout porque passa muito tempo tentando ser quem a gente não é. Tentando ser quem a gente acha que outros querem que a gente seja. E a gente sai de um burnout quando a gente aprender a ser quem a gente nasceu pra ser”, Roberta Carusi.

 

Pensadores modernos já identificaram algumas respostas para os altos índices da doença. O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han (BIUM CHUL RAM),  escreveu o livro, “Sociedade do cansaço” onde fala que vivemos o “paradigma do desempenho”. Para Han, o excesso de ação sem momentos de contemplação produz uma sociedade caótica. Um terreno fértil para transtornos mentais. Na visão de Han, a sociedade está cada vez mais hiperativa e menos criativa. Quase não produz nada de novo, mas reproduz e acelera o que já está disponível. Como consequência, temos o cansaço e a falta de sentido na vida.

Se você se identificou com alguns desses aspectos abordados e não está feliz com sua vida profissional, pode ser um sinal de alerta. A jornada pode começar com uma visita ao seu médico, deve necessariamente passar pelo autoconhecimento e também aceita diversos outros caminhos de terapias integrativas aliadas do tratamento. O que não dá é para seguir infeliz, frustrado e doente.


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