Reflexões sobre dinheiro e espiritualidade

Dinheiro é a representação de uma energia vital que gera movimento no tempo.

Dinheiro é a representação de uma energia vital que gera movimento no tempo.

O dinheiro é uma energia que coloca as coisas em movimento. Voltando um pouco na história da nossa sociedade, antes de existir o dinheiro, a gente tinha que fazer tudo para si, ou seja, a vida consumia todo o tempo disponível. Quer comer uma cenoura? Planta. Quer comer carne? Vai caçar!

Depois, vieram as trocas. Se eu planto cenoura e você caça, quantos quilos de cenoura valem cinco quilos de carne, por exemplo. Troca de energia que gerou movimento no tempo. Mas como faz para equalizar o tempo de vida? Daí surge a ideia do dinheiro, primeiro em moedas, depois papel.

Dinheiro é a representação de uma energia vital que gera movimento no tempo.

Quando você não utiliza seu dinheiro em algo, em geral, precisa investir seu tempo nessa atividade que você terceirizaria se tivesse dinheiro sobrando. E aqui uso como exemplo coisas do dia a dia como pintar a casa, fazer faxina, montar um móvel etc…

Dinheiro x Tempo

Quando falam que tempo é dinheiro, deveríamos interpretar como dinheiro é uma representação de tempo de vida. Em uma das cartas de Paulo, o Apóstolo, ele fala que todo missionário deve ser evangelizador, mas nem todo evangelizador é um missionário. Ou seja, ou você põe seu tempo, ou seu dinheiro.

Isso é muito importante para ressignificar a relação com o dinheiro a partir do ponto de vista espiritual. Se a gente não observa o dinheiro assim, a gente começa com pirações como:

Dinheiro não traz felicidade…
Dinheiro é coisa do diabo…
É mais fácil um camelo passar pelo buraco da fechadura do que um rico entrar no reino dos céus.

Tudo isso é uma abstração da realidade do dinheiro. Se você ficar preso à ideia de que dinheiro é negativo, significa que você pensa que a vida é negativa, que gerar movimento no tempo é negativo.

E daí começa a criar mecanismos, mesmo que inconscientes, para se autoboicotar no fluxo do dinheiro. Acredito que o problema não começa em pensar em ganhar dinheiro. Claro que o dinheiro em si não traz felicidade, mas também é prejudicial ir para o lado de apologia à pobreza.

Não é ruim ter dinheiro, nem querer ganhar o dinheiro.

Mas como energia vital que gera movimento no tempo, existe uma contradição. Porque entendemos que precisávamos de um mecanismo que desse vasão às trocas e criamos o dinheiro. E, de repente, isso começa a ser acumulado. Ter a energia de mais e mais homens nas mãos dá poder. E então, tudo começa a girar em torno de “quanto mais dinheiro, mais poder”.

Imagina se, em vez do Pozati, o Bill Gates tivesse pensado em criar uma escola como o Círculo? No meu caso, que não tinha dinheiro, tive que sentar a bunda na cadeira e fazer acontecer. No caso do Bill Gates, ele mobilizaria uns 500 profissionais para mover a energia e fazer acontecer. É muito mais forte.

Essa forma de pensar traz clareza do real problema da nossa sociedade, que não está no fato de ganhar ou não dinheiro.

Não existe nada de graça. Ou a pessoa aporta dinheiro ou aporta tempo. De graça não há movimento. O problema não está em ganhar e movimentar o dinheiro. Aliás, o melhor que pode acontecer é o dinheiro circular.

Pensa comigo, o que dentro do seu corpo é energia que se movimenta para que você gere movimento no tempo?

Sangue! O sangue transporta oxigênio para as células, que vai gerar calor e energia e seu corpo se movimenta. O que acontece se uma parte do seu corpo quiser todo o sangue pra ela? Gangrena, apodrece, morre… Você precisa de uma quantidade ideal de sangue.

Onde está a saúde do corpo? Na suficiência, quando o recurso energético circula com equilíbrio.

Nosso desafio é encontrar um jeito de reduzir o acúmulo do capital e fazer o dinheiro circular.

Na minha visão, empresas privadas de expressão espiritual são empresas que tem meios lucrativos para fins transformadores. O fim delas não é o somar cada vez mais recursos. Mas ter o necessário para mobilizar o recurso e gerar impacto. É uma questão de reequilíbrio da noção do que é suficiente. Dinheiro é bom. A treta começa com o acúmulo desorientado e a não circulação.

Outro ponto para ressignificar é entender que dinheiro é responsabilidade.

Quando Jesus fala que é mais fácil que um camelo passar pelo buraco da fechadura do que um rico entrar no reino dos céus, ele não está dizendo que dinheiro é ruim, mas que é responsabilidade, porque é energia que gera movimento no tempo.

Como você usa seu dinheiro? Que energia no tempo você movimenta?

O dinheiro, assim como toda energia, tem duas polaridades, positiva e negativa, mas não é bom nem mal em si, é neutro. Se você der uma aplicação digna, ele vai ser um instrumento de transformação.

Abraço grande,

Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati


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2 respostas

  1. Penso que o dinheiro é uma forma de energia que pretende ser revertida em energia vital, mas ele não é energia vital diretamente (se não Jeff Bezos seria eterno do ponto de vista dessa existência). Assim configura-se o trabalho como emprego da energia vital em um dado tempo e espaço, com vistas a obtenção de mais energia (dinheiro/capital) que pretende-se converter parte em mais energia e energia vital.

    1. Exato Edison, ele é uma representação da energia vital. Obrigado por sua sacada!

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